quarta-feira, novembro 30, 2022

Mobilidade em tempos de imobilidade: estudantes internacionais em Portugal durante a pandemia da COVID-19

Finalmente foi publicado um artigo que escrevi em co-autoria com a minha amiga Adélia Verônica Silva, sobre a "Mobilidade em tempos de imobilidade: estudantes internacionais em Portugal durante a pandemia da COVID-19".

O objetivo deste artigo é compreender de que modo a crise provocada pelo coronavírus (COVID-19) tem impactado o ensino-aprendizagem dos estudantes internacionais no ensino superior português, e de que forma novos projetos de mobilidade estudantil têm sido repensados e renegociados durante a pandemia. A metodologia inclui a análise dos resultados de um questionário online — respondido por 703 estudantes internacionais, matriculados num estabelecimento de ensino superior em Portugal — para além de entrevistas individuais online — realizadas com 22 desses estudantes e também com aqueles que têm intenção de estudar em Portugal. Enquanto, para alguns, a pandemia representou a possibilidade de se fazer “mobilidade” estando “imóvel” (em seu país de origem, ou mesmo em Portugal, necessitando “apenas” de um computador e uma ligação à internet); para outros, potenciou as desigualdades sociais e econômicas, dificultando, e muitas vezes impossibilitando, a realização da “mobilidade” nesses moldes.

O artigo, submetido em Abril de 2021, foi publicado em português e em inglês

quarta-feira, setembro 07, 2022

Apesar dos 200 anos de independência de Portugal, mais de 200 mil brasileiros preferem viver hoje na antiga metrópole

Esse ano o Brasil comemora 200 anos de independência e, no próximo dia 2 de Outubro, alguns também irão comemorar a eleição do 39º presidente da república brasileira. Digo alguns porque, tendo em vista a polarização das últimas eleições, apesar de eu não viver no Brasil, consigo imaginar que esse ano também teremos um país polarizado. No entanto, esse ano eu decidi não fazer parte disso. Pelo menos não irei me envolver em discursos polarizados e extremistas.
- Não, eu não vou discutir política nas redes sociais e nem fazer campanha para esse ou aquele presidente.
- Não, eu não vou comprar brigas com familiares, amigos, conhecidos (e até desconhecidos), porque nas últimas eleições isso não me trouxe nenhum benefício (antes pelo contrário!)

Contudo, talvez numa tentativa "naife" de contribuir para uma escolha mais informada e consciente, vou somente apresentar alguns dados que, vivendo no exterior, e estudando migrações, eu fui tendo acesso ao longo desses anos.

No final de 2011 e durante 2012 percebi que houve um aumento no número de estudantes brasileiros no ensino superior em Portugal. Assim, em 2013 decidi fazer um doutoramento para tentar compreender porque isso estava acontecendo, e desenvolvi a minha pesquisa entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro de 2016. Através dessa pesquisa, pude concluir que:

1 - As políticas governamentais de expansão do ensino superior no Brasil estavam a começar fazer com que mais estudantes, de diversos estados brasileiros, tivessem mais acesso ao ensino superior;

2 - A mobilidade internacional dos estudantes brasileiros do ensino superior também estava sendo favorecida, na medida em que as classes menos favorecidas conseguiam obter mais financiamentos para este fim, e que as classes mais favorecidas tinham mais possibilidade de custearem os seus estudos em Portugal.

Ou seja, entre 2014 e 2016 observei que mais jovens tiveram acesso ao ensino superior no Brasil e mais jovens tiveram condições de estudar no exterior, com ou sem bolsas de estudos. É lógico que a condição económica favorável do Brasil também foi beneficiada pela condição económica desfavorável que Portugal experiênciou a partir da crise financeira global de 2007–2008. No entanto, o que importa salientar aqui é que, nessa época, enquanto os jovens brasileiros "em vias de qualificação" conseguiram "enriquecer o currículo" com uma experiência de estudo no exterior (e a maioria tinha intenção de retornar ao Brasil após os estudos, porque as condições profissionais lá estavam mais favoráveis); os brasileiros "menos qualificados", que já viviam em Portugal, começaram a retornar para o Brasil, justamente devido às condições profissionais e económicas mais favoráveis no Brasil.

O que eu quero dizer com tudo isso é:

Se, até 2016, a situação no Brasil estava ruim, porque muitos brasileiros que estavam emigrados resolveram retornar?

- Se, até 2016, a situação no Brasil estava tão ruim, como tantos jovens brasileiros conseguiram estudar no exterior?

O que os dados do Serviço Nacional de Estrangeiros (SEF) em Portugal têm nos mostrado, é que desde 2016 há um aumento no stock de brasileiros em Portugal, tendo o fluxo só diminuído em 2020 devido à pandemia ocasionada pela Covid-19. Portanto, desde 2016 vimos notícias dizerem que os imigrantes brasileiros em Portugal têm aumentado, sendo que neste ano tais notícias deram conta de que o número de brasileiros neste país nunca foi tão grande (252 mil, pouco mais de 23% em relação à 2021). Nesse caso, eu não consigo deixar de interrogar:

- Se a situação no Brasil hoje não está ruim, porque a imigração de brasileiros em Portugal não pára de aumentar? Por que tantos brasileiros hoje querem vir para Portugal, mais do que em qualquer outro período?

Sabemos que há inúmeros factores (contextuais, relacionais e individuais) que levam as pessoas à emigrarem, e que a situação política e económica dos países de origem e destino são só alguns dos factores que podem influenciar as decisões de migrar. Por isso, hoje, apesar das notícias divulgarem que Portugal tem facilitado o acesso de brasileiros para procurarem trabalho no país (já que a sua económia precisa de mão de obra imigrante); essas mesmas notícias também têm dado conta que:

Qualificados, brasileiros penam para entrar no mercado português...

- Brasileiros têm que enfrentar um "mar" de burocracias para permanecerem em Portugal;

- Queixas de discriminação contra brasileiros aumentaram em Portugal

Nesse caso, eu também não consigo deixar de perguntar:

- Se hoje, a situação no Brasil não está ruim, porque brasileiros qualificados vêm para Portugal, apesar da dificuldade que encontram para ingressarem no mercado de trabalho?

- Se hoje, a situação no Brasil não está ruim, porque brasileiros preferem enfrentar um "mar" de burocracias para permanecerem em Portugal?

- Se hoje, a situação no Brasil não está ruim, porque brasileiros permanecem em Portugal, apesar da discriminação que referem?

Uma vez mais eu volto a referir que, obviamente, existem diversos motivos para migrar, e que não podemos atribuir todas as escolhas somente à situação política e económica de ambos os países. No entanto, o que eu quero que o leitor reflita com esse texto é: 

- Como se encontra hoje a situação política e económica brasileira? 

- Será que o aumento da emigração no Brasil hoje, também pode estar relacionado com a atual situação política e económica desse país? 

- Se sim, como eu posso contribuir para mudar essa situação?

Por isso, no dia 2 de Outubro, pense muito bem em como você irá exercer o seu direito de voto, para que você não tenha que mudar de país, mas consiga sim mudar o país. É importante comemorarmos 200 anos de independência, mas é estranho sabermos que mais de 200 mil brasileiros hoje preferem viver na antiga metrópole.

Juliana Iorio
Doutora em Migrações
(este texto está protegido pela lei de direitos de autor)

quinta-feira, setembro 01, 2022

"Volta para sua terra" - a frase que pode ter mais a ver com a situação económica do imigrante, do que com a sua nacionalidade propriamente dita

Fui contactada por uma repórter do Jornal Correio (Bahia/Brasil), que estava a fazer uma reportagem sobre xenofobia contra brasileiros em Portugal. Ela me disse que, como havia visto que eu abordei o tema da migração de estudantes brasileiros para Portugal na minha tese de doutoramento, gostaria de conversar comigo.
Uma das perguntas que ela me fez foi, "o que está por trás do aumento de brasileiros em Portugal?", pelo que eu respondi que qualquer coisa que eu dissesse nesse momento seria especulativo, uma vez que essa imigração mais recente ainda não foi estudada. No entanto, para tentarmos perceber o que se passa agora é preciso, antes de mais, conhecermos a história contemporânea da imigração brasileira em Portugal. E o que sabemos?
Em primeiro lugar, sabemos que a imigração brasileira em Portugal não é algo recente, ou seja, o aumento ou diminuição de brasileiros em Portugal nas últimas décadas têm a ver com fatores contextuais - as condições políticas, sociais e económicas tanto do Brasil como de Portugal; mas também com fatores individuais e relacionais - ou seja, as características de cada indivíduo, como o capital linguístico, por exemplo; e com as suas redes de contacto no país. Por isso, a imigração brasileira em Portugal tem sido marcada por diferentes "vagas" (a que a repórter chamou de "ondas"), que têm recebido diferentes perfis de brasileiros consoante a situação política e económica do Brasil e de Portugal; as características de cada indivíduo (classe social, nível educacional, se emigram para trabalho, estudo, investimento, aposentadoria, etc), e quais redes de contacto possuem.
Nesse sentido, a frase "volta para sua terra", que muitos brasileiros relatam ouvir, acaba por ser mais recorrente quando se nota um aumento de um determinado perfil dessa nacionalidade no país (ou seja, tem mais a ver com a classe social - e aí podemos falar que o preconceito tem mais a ver com a situação económica do cidadão, do que com a nacionalidade propriamente dita); e a frase "os brasileiros vieram roubar o nosso emprego" também começa a ser mais recorrente quando há um aumento na taxa de desemprego em Portugal, apesar de sabermos que os imigrantes aceitam trabalhos e condições que os portugueses não estão dispostos a aceitar.
Assim, a integração na sociedade portuguesa irá depender de diversos fatores como, por exemplo, se esses imigrantes já possuem redes estabelecidas, mas também das suas classes sociais, género, e etc (não vou abordar aqui as diferenças de género, porque se não esse texto não teria mais fim. Mas todo mundo sabe que a imagem que o próprio Brasil "vende" da mulher brasileira tem contribuído para a criação de um estereótipo que não facilita em nada a vida dessa mulher, dentro e fora do Brasil).
Mas voltando à integração do brasileiro na sociedade portuguesa, tem-se observado também que, por incrível que pareça, a língua têm sido um empecilho para essa integração, porque ainda existe uma não aceitação da língua portuguesa - norma brasileira - em Portugal, o que pode fazer com os brasileiros sejam alvo de preconceito linguístico, ou da chamada glotofobia (que une diversos tipos de preconceitos em um só - como o linguístico, o de classe, etnia, e etc).

Portanto, as migrações e as relações subjacentes ao ato de migrar, não são tão lineares e nem tão fáceis de se compreender. De qualquer forma, quem tiver interesse, pode ler a reportagem publicada pelo Jornal Correio aqui!

#imigração #brasileirosemportugal

terça-feira, junho 07, 2022

A vacinação em debate nos meios de comunicação social em Portugal

Para quem possa interessar, foi publicado no Blog do LIFE – Percursos de Vida, Desigualdade e Solidariedade: Práticas e Políticas (grupo de investigação do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), um post de minha autoria e da Katielle Susane, acerca do projeto em que estou a trabalhar («VAX.TRUST – Addressing vaccine hesitancy in Europe»):

A vacinação em debate nos meios de comunicação social em Portugal | Life (wordpress.com)

Para citar:

Iorio, Juliana Chatti & Silva, Katielle (2022). “A vacinação em debate nos meios de comunicação social em Portugal” Antes e Durante a COVID-19. Life Research Group Blog, ICS-Lisboa, https://liferesearchgroup.wordpress.com/2022/05/18 18 maio de 2022

terça-feira, abril 05, 2022

Alguns trabalhos que me deram muito prazer!

Remexendo no passado, encontrei algumas reportagens que me deram muito prazer!

Em 2001, eu fiz uma série de 3 reportagens para o Jornal Integração, acerca da "Paz".

A primeira delas, publicada em maio de 2001, deu a conhecer o trabalho que a Unipaz, uma universidade especializada no assunto, estava a fazer naquela altura.

A segunda, publicada em Junho de 2001, entrevistou o já falecido padre Haroldo Rahm (1919-2019) que deu a conhecer o que a Associação Promocional Oração e Trabalho estava a fazer, naquela altura, para a recuperação de toxicodependentes.

Por fim, a terceira reportagem desta série, publicada também em Junho de 2001, deu conta de instrumentos menos convencionais e mais alternativos, que também contribuíam para que algumas pessoas encontrassem a paz, como a astrologia e a radiestesia:


Juliana Iorio, 2001

quarta-feira, março 30, 2022

Encerrando um capítulo

Eu nasci em Campinas, vivi 24 anos da minha vida nessa cidade, 1 ano em Belo Horizonte, e os ultimos 22 anos em Portugal (Castelo Branco, Lisboa e Amadora). Hoje, estou encaixotando o que, desses 47 anos de vida, ainda estavam em Campinas, uma vez que os meus pais não vão mais morar aqui. É muito estranho saber que já não terei a casa dos meus pais em Campinas, quando vier aqui... Mas, mais estranho ainda, é perceber o quanto eu fiz em 47 anos de vida, o quanto eu acumulei, o quanto eu guardei, sendo que sempre tive a sensação de que não fazia nada, ou fazia muito pouco... Desde a faculdade, sempre tive o hábito de guardar o que publicava. Desde a revista da própria faculdade, até as minhas primeiras experiências profissionais, no jornal "O Arroto", de Itapira 😂; "A Voz", de Sumaré, até todos os exemplares dos anos que trabalhei no jornal Integração, de Barão Geraldo. No meio do caminho, fui correspondente do "Jornal 4 esquinas", que na época existia em Viseu (Portugal), da revista "Mundo Brasil ", que na época existia em Itália, até que emigrei para Portugal (Castelo Branco), onde trabalhei no Jornal "O Povo da Beira". Esse jornal me deu o primeiro contato com a língua portuguesa, norma-padrão europeia. Assim, após um período escrevendo "Breves", para me habituar às variações linguísticas, comecei a escrever notícias e reportagens sobre todos os assuntos relacionados com o Distrito de Castelo Branco. Isto fez com que eu me familiarizasse não só com a vida política, económica e social desse pedacinho de Portugal, como me deu a oportunidade de conhecer parte da cultura portuguesa, que até então eu não conhecia. Foi lá que fui à um concerto do finado pianista Bernardo Sasseti, foi lá que conheci a pianista Maria João Pires, o poeta Valter Hugo Mãe, e assisti à um concerto em homenagem à Zeca Afonso.
Mas Portugal me deu, também, a oportunidade de fazer um mestrado em Comunicação e Indústrias Culturais, de ser convidada pelo professor Rogério Santos para escrever na Revista Media XXI, de conhecer o colega de mestrado Rui Marques, antigo Alto Comissário para as Migrações (ACM), e de trabalhar para a equipa de comunicação do Programa Escolhas, um programa do ACM, e para o Programa Nós, um programa de TV do ACM, transmitido pela RTP2. Esses programas me deram a possibilidade de adquirir a minha carteira profissional de jornalista em Portugal e de começar a desenvolver trabalhos como freelancer no Brasil e em Portugal. E foi assim, como freelancer, que trabalhei para o Portal UOL, que me associei à Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal, que passei a escrever artigos de opinião para o Jornal Diário de Notícias, que colaborei com a Revista Persona Mulher e com o Portal G1. Hoje, joguei muita coisa fora... Mas não podia deixar tudo ir para o lixo sem assinalar o quão importante foram todas essas experiências para mim. Afinal, não foram tão poucas assim...


Juliana Chatti Iorio
30 de Março de 2022

domingo, outubro 10, 2021

Finalmente... as ilhas!

Pois bem, quando se decide fazer uma viagem à Grécia, penso que é um desperdício de tempo e dinheiro  conhecer somente a sua capital continental, Atenas, e que devemos aproveitar para também conhecer algumas das mais de 6 mil ilhas/ ilhotas pertencentes à esse país. 

Eu escolhi Santorini e Creta, a primeira por ser uma das ilhas mais turísticas, onde praticamente todas as imagens que vemos da Grécia remontam as casinhas localizadas nas escarpas desta ilha; e a segunda porque, para além de ser a maior e mais populosa ilha grega, é berço daquela que é considerada a civilização mais antiga de que se há registo na Europa, a Minoica. Além disso, segundo a mitologia grega, foi em Creta que viveu o minotauro, para além de, é claro, eu ter no imaginário as cenas do filme "Zorba - o Grego"! :)

Desta forma, a viagem de Atenas à Santorini de ferry dura cerca de 5 horas, passando pelas ilhas de Siro, Mikonos, Naxos e Ios (também pode-se fazer de avião e dura cerca de 50 minutos), e depois a viagem de Santorini à Heraklion (capital de Creta) dura cerca de 2 horas de ferry, e aqui estou a falar dos ferries de alta velocidade (que vão mesmo numa velocidade estonteante!) Até mesmo as paradas nas ilhas, para recolher e deixar passageiros, se dão numa velocidade, que se o passageiro não estiver mesmo atento, certamente não conseguirá descer do ou embarcar no ferry! Essas viagens são mesmo uma loucura! Embarca-se a correr, larga-se a mala em qualquer lugar (é tudo na base da confiança mesmo, pois deixamos as malas, junto com as de outros passageiros, na parte de baixo do ferry, e não há nenhum comprovativo, nenhuma identificação, de qual mala é sua. Logo, se alguém mal intencionado quiser roubar a sua mala, já era!), subimos para a parte de cima do ferry, e ficamos torcendo para os passageiros que descerem nas ilhas antes de nós, não nos levarem a mala!

O speed do Ferry!

O desembarque do Ferry!

Bem, mas vamos ao que interessa! Santorini! 

Sabe aquele lugar que você diz: "Eu nunca vi nada igual!"? Pois bem, Santorini é um desses!

Como eu já havia pesquisado sobre essa ilha, escolhi ficar em Fira (ou Thira), que é a capital de Santorini, e alugamos um ATV (moto quatro) para conhecer o resto da ilha. Dá perfeitamente pois a ilha é pequena, para além de ser barato, fácil de andar e de estacionar. Assim, um dia fomos conhecer o lado das praias (Perissa, Red beach e Kamari), e no outro dia fomos até Oía, uma das pontas da Ilha, onde dizem que se vê o melhor pôr do sol. Sinceramente, em qualquer lugar em Santorini vê-se o pôr do sol! Portanto, não, você não tem que ir à Oía no fim do dia para ver o pôr do sol.
Oía é bonita, mas não mais do que Fira,
Fira é uma cidade cara, mas não mais do que Oía,
e, por fim, o pôr do sol em Fira é espetacular!
Outra coisa para se ter em atenção: Nunca esqueça que você está numa ilha! Portanto, se um restaurante na escarpa, do lado mais movimentado de Fira, pratica preços proibitivos, lembre-se que do restaurante que não estiver na escarpa, provavelmente você também terá uma vista sobre o mar, mas pagará muito menos!

Fira (Thira)

Oía

Pôr do sol em Fira (Thira)

Já do lado das praias, aí é preciso ver que tipo de praia você prefere. Se você prefere praia "selvagem", daquelas que não tem nenhuma estrutura, e que também não é muito fácil de chegar, escolha a "Red beach".
Red beach

Mas se você é como eu, e não gosta de ir para praia carregando chapéu de sol (guarda-sol), cadeiras e etc, então escolha Kamari ou Perissa. Perissa já tem alguma estrutura, mas Kamari tem mais (hotéis, restaurantes e etc...)! Não sei se por ser Setembro, mas o facto é que em Kamari (diferentemente das praias em que eu havia estado no Algarve - Portugal - no mês de Julho) nenhum estabelecimento estava a cobrar o aluguer da palhota (palhoça) e das espreguiçadeiras (cadeiras reclináveis). É lógico que estas pertenciam a um restaurante e nós acabamos por consumir naquele em que ficamos. Mas a verdade é que ninguém nos veio perguntar nada! Deixaram-nos super à vontade, de modo que só consumimos porque quisemos. É de salientar que os preços na praia, não diferem muito dos praticados no resto da ilha.
O mar em Kamari é sem ondas e sem peixes. Parece uma piscina. Tb não há areia. Pisamos dentro e fora em rocha vulcânica (ou seja, lava que secou e forrou o chão). Logo, dentro da água o "chão" é liso e não machuca os pés, e fora da água há pequenas rochas (pedras) vulcânicas, e aí sim convém andar de chinelos.
Kamari

Kamari

Perissa

Como já referi em post anterior, este não é um blog de viagens... Mas como entre as coisas que eu mais gosto de fazer na vida estão escrever e viajar, esse "diário de bordo" significa que quando eu viajo, eu aproveito a viagem antes (preparando a mesma), durante (vivendo a mesma), e depois (recordando a mesma)!


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sábado, outubro 09, 2021

Atenas - Parte 2 - e ainda nem cheguei às ilhas! :)

Mais do que a Acrópole, quem vai à Atenas tem que ir ao Monte Licabeto, o local mais alto da cidade (o segundo é a Acrópole). De lá, a vista que temos da cidade (em 360 graus) é magnífica! E subir através de um teleférico incrustado no meio da montanha, é uma experiência única! Pelo menos, eu nunca havia subido num teleférico que fica dentro de um túnel, no escuro, e sem vista!


Chegando ao Monte Licabeto, penso que para qualquer geógrafo (ou não), é muito interessante ver a falta de ordenamento do território, a falta de planeamento urbano, com que Atenas cresceu! É mais uma prova da descontração do ateniense... foi-se construindo os prédios uns em cima dos outros, em todas as direções possíveis, e transformou-se a cidade num verdadeiro labirinto. Outro dado interessante é que praticamente todos os prédios tem um terraço em cima, um rooftop. Por isso, se quando você vir um hotel em Atenas, o mesmo te apresentar um terraço com vista para a Acrópole, não se impressione muito! É muito provável que em qualquer hotel que você fique nessa cidade, haja um!

Vista de Atenas a partir do Monte Licabeto

Devido a essa configuração "labiríntica", o trânsito em Atenas é caótico. No entanto, funciona! Como eu referi no texto anterior, em Atenas quase não se vê polícias nas ruas. No entanto, nas horas de ponta, eles aparecem muito energéticos, com os seus apitos incessantes, para colocarem alguma ordem naquele caos (e aqui vale a pena destacar uma outra particularidade desse país, com quantidade de café que o grego bebe por dia, é impossível eles não serem enérgicos! Hahahahahaha! Por causa do calor, o grego bebe café gelado como se fosse água! Aliás, a água é mais uma das particularidades, no meio de tantas, que encontrei na Grécia! Sobretudo em Atenas, a água é muito salobra. Talvez, por esse motivo, e mais uma vez por causa do calor, em qualquer lugar que você vá - em qualquer café ou restaurante, não só em Atenas, mas na Grécia como um todo - a primeira coisa que te trazem à mesa é Água. Não sei de onde eles tiram a água e nem que tipo de tratamento fazem para que possamos bebê-la, uma vez que beber água da torneira é impossível - ela é mesmo salgada! Mas sei que a garrafa ou os copos de vidro com água que qualquer estabelecimento coloca à mesa, é perfeitamente bebível, e não nos cobram nada por isso.)

Atrás a garrafa de água, na frente o café gelado!

Após servirem água, trazem o menú (cardápio), perguntam o que queremos, e quando recolhem o pedido, recolhem também o menú e, numa rapidez que só lá ví, te trazem o pedido juntamente com a conta! Mas isso não é porque eles querem que você consuma logo e vá embora! O grego tem uma pressa em servir o mais rápido possível, deixar a conta na mesa para que você saiba o montante que consumiu até aquele momento, mas depois, desaparece! E isso é igual em todos os lugares! Ou seja, te deixam tão à vontade, que se você quiser pedir mais alguma coisa, ou quiser ver o menú novamente, terá de torcer para encontrar o garçon de novo! :)

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