Quem me conhece sabe que eu adoro as chamadas "Feiras Medievais", "Mercados Quinhentistas, Setecentistas, etc", em Portugal. A primeira
que fui, realizou-se em Óbidos, e a partir de então não parei mais de ir! Na Grande
Lisboa já fui em todas, desde Sintra, Queluz, até São Domingos de Rana,
Montijo, chegando em Palmela. No Algarve, estive numa das que mais gostei, a de
Castro Marim. No entanto, de uns anos para cá, as feiras medievais multiplicaram-se
e perderam a sua principal característica, ser medieval! Isso fez com que o ano
passado, eu não fosse a nenhuma delas.
Este ano, porém, resolvi ir a uma que já havia ouvido falar
muito bem: A de Torres Novas.
Sob o mote “A Salvação do Corpo - Mestre António,
físico-mor de D. João II”, e intitulada como sendo uma “Feira de Época”, não defraudou
as minhas expectativas, pois manteve-se fiel à preservação das memórias da
história. Para uma brasileira, proveniente do “novo continente”, foi muito
interessante ver como Portugal era na época de Dom João II.
A feira, que realizou-se entre 30 de Maio e 3 de Junho, estava
na sua nona edição, e como eu não havia ido em outras, não tenho meios de
comparação. Mas no que se refere a esta, posso dizer que foi, sem dúvida, uma
das melhores em que já fui em Portugal.
A começar pelo facto da cidade inteira viver a feira. Não é uma
praça, um recinto, um lugar, mas todas a “cidade velha”, fazendo com que, para
que entremos nela, sejamos obrigados a deixar o carro em parques de
estacionamento fora do recinto. Isto, por si só, já nos faz regressar no tempo,
pois entramos num local sem circulação de carros.
Acampamento de Arqueiros |
Toda a feira, para além de barracas com produtos e “comes e
bebes” servidos a preceito, tinha áreas temáticas, como o “acampamento de
arqueiros”, onde estava perfeitamente recriada a vida quotidiana através dos
ofícios militares e civis da época, ou a “Mouraria”, testemunho sempre presente
do legado islâmico entre cristãos; com pessoas vestidas a rigor e verdadeiros momentos
de recriação histórica. Destaco ainda o espetáculo de fogo “INFIRMUS MORBUS”, que
aconteceu na primeira madrugado do evento.
Mouraria |
Mouraria
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Dromedários |
Penso que é uma experiência que todos deveriam ter, afinal, não
é todos os dias que nos deparamos com dromedários no meio da rua!
1 comentário:
Apreciou também a deplorável degradação e sujidade do centro histórico assim como os inúmeros edifícios em ruínas a escassos metros do local do evento?
Venha conhecer a cidade sem a "cosmética" deste tipo de evento...
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