quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Portugal e os Portugueses vistos por imigrantes atípicos

A Fundação Calouste Gulbenkian organizou, no passado dia 31 de Janeiro, mais uma conferência dentro do Fórum Gulbekian Imigração.
Apesar da inicitiva ser válida, não podemos deixar de referir que, visto que o tema desta conferência era: "Portugal e os Portugueses vistos pelos Imigrantes", os imigrantes que dela participaram foram atípicos, ou seja, pessoas que vieram para Portugal em condições muito diferente da maioria dos imigrantes...
Esta Conferência teve início com a apresentação do Documentário: "Retratos. Portugal e os Portugueses vistos pelos Imigrantes", realizado por Luísa Homem. Deste documentário fica-nos: A imigração deve ser considerada sinónimo de riqueza. "O imigrante traz e leva a riqueza de partilhar culturas".
Para a Presidente da Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal e correspondente do jornal ABC, Belen Rodrigo,"Quando se imigra não se pode pensar no que deixamos para traz, se não, não conseguimos ser felizes". Belen foi uma das conferencistas, é espanhola e está em Portugal há 10 anos. Segundo ela, "Quanto mais tempo estou cá, menos percebo este País. Não consigo entender por que Portugal não dá um salto? Por que os portugueses não correm atrás dos seus sonhos? Por que os portugueses não acreditam mais em si próprios? Entretanto, acho normal, se considerarmos as adversidades que o povo português passa (como na sáude, por exemplo), compreender pq, as vezes, eles encontram-se tão mau dispostos. Hoje eu percebo isso".
Para o correspondente dos Jornais Financial Times e The Economist, o inglês Peter Wise, "os portugueses valorizam-se ou desvalorizam-se muito baseados no que os outros dizem sobre eles. Portugal ainda é um país que está a procura de sua definição".
Já, Ramon Font, ex-presidente da Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal, disse que existe uma dualidade neste País: "Ao mesmo tempo que Portugal tem a fama de ser um País de aventureiros, devido às suas descobertas, existe no ar um receio de correr riscos, uma certa passividade... O português é um povo triste, mas sobretudo, é um povo muito formal, que não consegue ser objectivo quando quer atingir metas".

1 comentário:

Juliana Iorio disse...

Recebi este comentário por e-mail do meu amigo Fernando Moura e resolvi publicá-lo:
"Portugal visto pelos imigrantes???? qual será o conceito de imigrante da Fundação... acho que são os empresários, os intelectuais, os brancos que chegam a Portugal com trabalho, dinheiro, casa, carro e se calhar até empregada domestica. Visão romântica da imigração... o melhor do dia foi "se os miúdos nascem cá, e a mãe e da Guiné, porque são guineenses... não serão astronautas..."
Cada dia que passa sinto mais o etnocentrismo, a falta de autocrítica e a postura de que os portugueses não são xenófobos/racistas... só palavras, porque no dia-a-dia, o fenómeno existe, mas é difícil assumi-lho... é melhor sonhar com um povo que não existe, porque, a DIASPORA portuguesa é boa quando é para fora, mas quando a diferença se instala em ao lado de casa, ela não é divertida, pelo contrario, começa a irritar um pouco.
A pergunta é Que Portugal é visto pelos verdadeiros imigrantes???? os ilegais, os pobres, os que chegam a estas terras a procura de melhores condições económicas... será que o status quo esta com vontade de mostra-lhos... ou já são inconvenientes".