terça-feira, março 04, 2008

Mais uma vez, o lugar comum!


No passado dia 27 DE FEVEREIRO tive o desprazer de ler a reportagem que o JORNAL DO METRO fez acerca de um estudo do SEF, que diz que a maioria das prostitutas brasileiras que vem para Portugal, vem por decisão própria, são maiores de idade e, em muitos casos, têm grau académico. Indignada, resolvi escrever para a coluna do leitor daquele jornal e, FELIZMENTE, foi publicado um pequeno trecho do texto que, agora, coloco no meu blog na íntegra:
Diante da leitura da reportagem citada acima, me perguntei: "Por que, ao invés do SEF se preocupar sempre com o caso das "prostitutas brasileiras", ele não se preocupa com as milhares de brasileiras que NÃO são prostitutas mas estão aqui, por "n" outros motivos, esforçando-se para ficarem de maneira legal?" Por exemplo: Alguém que veio para tirar um mestrado, actualmente está a tirar o doutoramento e, entretanto, começou a trabalhar, apesar de ter o visto de estudo, encontra imensas dificuldades para poder ficar no País de maneira totalmente legal. Digo, totalmente legal, porque as pessoas não fazem ideia dos empecilhos que um estudante estrangeiro encontra em Portugal para poder trabalhar. Ora, nos dias de hoje, quem pode ficar no País, só a estudar, sem trabalhar? Essa falta de noção que o SEF tem das coisas me faz ter a certeza de que ele não está preparado para lidar com casos deste tipo. Ou seja, casos que não caem no lugar comum e no estereótipo de que os brasileiros que encontram-se em Portugal estão aqui para sub empregos ou prostituição. Se quem tem contracto de trabalho (seja ele de que forma for), paga IVA, segurança social, declara IRS, tem carteira profissional, encontra tanta dificuldade para estar, de maneira legal, neste país, faço ideia quem não teve a mesma sorte!

1 comentário:

Teo Ribeiro disse...

Parabéns, Juliana, sempre deixando o seu contributo sobre o que nós, que enfrentamos esta situação, sempre queremos dizem sobre isso. Concordo, o SEF parece ser um órgão despreparado para tratar situações como a que você citou. E ao ler esta reportagem senti o mesmo sentimento de indignação! abraço, Fernanda (mestranda do IEJ da UC)