sábado, março 20, 2010

Madeira – Após a tempestade, a Bonança!

Por Juliana Iorio
Após a tempestade que arrasou a Ilha da Madeira (Portugal) no último dia 20 de Fevereiro, veio, de fato, a bonança. É inacreditável o que se conseguiu fazer passado, apenas, um mês do ocorrido. A Ilha da Madeira está, praticamente, novinha em folha!





A cidade do Funchal (capital da Madeira), e principalmente a sua zona mais baixa, que foi a mais atingida com casas inundadas, lamas nas ruas e avenidas, árvores caídas e pontes destruídas, já está quase toda recuperada. O temporal que deixou 40 mortos e dezenas de desaparecidos vai sendo esquecido e a Ilha volta a normalidade. A temperatura agradável dos últimos dias trouxe de volta os turistas à rua e, com eles, a sustentabilidade económica da Ilha.

O shopping “Dolce Vitta”, que teve de ser fechado devido aos danos causados pelas enchentes, já foi reaberto e o Funchal, mais importante centro comercial, turístico e cultural de todo o arquipélago, reergue-se a olhos vistos.




Com uma economia predominantemente proveniente do turismo, a Ilha da Madeira possui uma estrutura voltada para este sector muito bem preparada. No Funchal pode-se encontrar uma zona hoteleira, chamada “Lido”, onde concentram-se os principais hotéis e restaurantes da capital, com um preço um pouco alto (de 150 a 300 euros – 400 a 750,00 reais – dependendo da época do ano), mas com um atendimento cinco estrelas. É de salientar que em quase toda a Ilha encontramos zona “wi-fi” que permite acesso gratuito à Internet, facultado pelo Governo Regional da Madeira.
Para conhecer a Ilha da Madeira separe, pelo menos, 5 dias. A capital do arquipélago encontra-se situada na costa sul da Ilha, numa baía banhada pelas águas do Oceano Atlântico, circundada por altas montanhas verdejantes e vales profundos. As árvores na Madeira formam um verdadeiro museu botânico ao ar livre e, por isso, quem aprecia a natureza não pode deixar de conhecer esta Ilha.

Conhecendo a Ilha…





Primeiro dia

Dedique um dia para conhecer a zona baixa do Funchal (zona mais cosmopolita) e aproveite para andar no teleférico que conduz ao Monte.






Na baixa prove o famoso “Bolo do caco”, um pão que normalmente é servido quente, com manteiga temperada (alho e salsa) ou com chouriço, e passeie pela Marina ou pelas ruas pitorescas desta zona. Trata-se de uma zona com muitos cafés, estilo “vintage”, com mesas sobre as calçadas, que nos convidam a fazer uma pausa. Nesta região também encontra-se um pequeno jardim que contém exemplares das mais variadas espécies de vegetação presentes na Ilha. Vale a pena conhecer porque além de uma infinita variedade de espécies, o local é muito bem cuidado e agradável para passear.

No Monte encontra-se a Igreja de Nossa Senhora do Monte e, através de um caminho muito arborizado conhecido por “caminho das babosas” chegamos ao “fontenário de Nossa Senhora do Monte”. Neste local também é aconselhável fazer-se uma pausa para sentir os sons e cheiros que a natureza nos oferece.

A descida do Monte pode ser feita de teleférico, ou em “carrinhos” de madeira e vime traçado, com formato de carrinhos de rolemã, mas que são conduzidos por homens que conhecem bem os declives deste monte.

Observação: No Monte, a Capela foi um dos locais mais atingidos pelas enchentes que assolaram este arquipélago. Esta construção foi arrasada pelas águas e hoje, no local, só encontramos ruínas.

Segundo dia

No segundo dia comece a volta à Ilha indo ao Cabo Girão, o mais alto promontório da Europa e o segundo mais alto do mundo (com 580 metros de altura) e continue apreciando as magníficas paisagens com uma parada ao miradouro da Ribeira Brava. Mas tenha em atenção que estes percursos são realizados em estradas estreitas, com duplo sentido, onde, de um lado temos as encostas dos montes e montanhas, e do outro temos verdadeiros despenhadeiros. Portanto, trata-se de um turismo para amantes da natureza e para aqueles que gostam de muita adrenalina!

Saindo do miradouro da Ribeira Brava, a caminho do vale de São Vicente, conheça as grutas e o centro de vulcanismo e ainda o Núcleo Museológico – Rota do cal. Lá ficamos a saber a origem da Ilha e porque trata-se de uma Ilha que quase não há praias, ou melhor, zonas balneares com areias, mas sim zonas balneares com areias escuras e cheias de rochas de origem vulcânica.



Observação: O caminho para o vale de São Vicente também foi uma das regiões mais afetadas pelo temporal. Nele ainda podemos ver casas totalmente arrasadas, mas as obras de reconstrução encontram-se a todo vapor!




No fim deste dia siga até Porto Moniz, onde encontrará as famosas piscinas naturais (feitas no mar) e, no caminho de volta, não deixe de parar na “Taberna da Poncha”, em Serra de Agua. A Poncha é uma bebida feita com suco de laranja e limão natural, mel de abelha e aguardente de cana.

A casa “Taberna da Poncha” existe há mais de 100 anos, mas no formato actual há, aproximadamente, 40 anos. Lá, uma poncha, com ou sem gelo, custa 3 euros (cerca de 7 reais e meio), mas quem não apreciar esta mistura, poderá optar por um vinho da Madeira (licoroso – feito a partir das castas: Malvazia, Boal, Sercial ou Verdelho) ou uma cerveja da Madeira (cuja marca mais conhecida é a “Coral”).


Terceiro dia

No terceiro dia conheça Camacha, uma terra famosa pela confecção em artigos de vime. Visite a fábrica, onde poderá ver funcionários a trabalhar, e a exposição que contém a réplica de um barco a vela feito totalmente em vime.

Saindo de lá siga em direção à Santana, mas no caminho pare no miradouro da Portela e aprecie mais uma vista espectacular. Devido a altura e a maneira como as casas estão dispostas na Ilha, em determinados pontos parece vermos verdadeiros “presépios” ao ar livre.


Santana é conhecida pelas casas típicas da Madeira, mas é pena que, actualmente, tais casas não mais existam e, por isto, o que lá vemos não passam de réplicas.

De lá siga para Machico, uma zona balnear, e conheça o forte lá edificado. De Machico podemos ir ao Curral das Freiras, uma localidade situada numa depressão, que apresenta uma das paisagens mais impressionantes da Ilha, com vistas vertiginosas de mais de 500 metros de altura.

Quarto dia

Reserve o quarto dia para conhecer a Ponta do Pargo (Farol e Miradouro), e no caminho aprecie as imensas áreas de cultivo de banana e cana-de-açúcar. A localidade da Calheta é uma das que podemos encontrar neste percurso e, por isso, lá pode-se ver engenhos para a produção de mel e derivados (o famoso “Bolo de Mel” da Madeira, por exemplo) e aguardente de cana.


O caminho para a Ponta do Pargo através da estrada regional (ER), e não pela via rápida, é para aqueles que, de fato, apreciam a natureza.

Durante este percurso podemos encontrar desde quedas de água em plena estrada, até túneis que são, nada mais, nada menos, que escavações rudimentares feitas em montes e montanhas.

Neste caminho conheça ainda as vilas de Jardim e Pico do Mar, também conhecidas pelas suas praias.

Quinto dia

No quinto e último dia não deixe de visitar o “Mercado dos Lavradores” e conhecer a variedade de peixes, flores e frutas que a Madeira oferece.

Uma das frutas mais curiosas é o maracujá, que pode ser encontrado como: maracujá natural, maracujá tomate, maracujá banana e maracujá ananás.






Curiosidade: Apesar do vasto cultivo de banana e cana-de-açúcar, a Madeira, diferentemente do que podemos encontrar no Brasil, não tem por hábito a produção de doce de banana e caldo de cana, como se vê com fartura em várias localidades brasileiras.

2 comentários:

Unknown disse...

Segundo a minha amiga Maria do Céu, o preço de cada Poncha não é 3 euros, mas sim 1 euros e meio. Será que eu bebi tanto assim??? Hahaha!!!

Unknown disse...

Amiga como boa jornalista que és gostei mt do que Li!!!!!!!!!! mts beijinhos!!!!