No Brasil, Público significa GRATUITO e pronto.
Assim, Saúde Pública é igual à Saúde Gratuita, Ensino Público é igual à Ensino Gratuito, e por aí vai...
Em Portugal, NADA É GRATUITO! Tudo que é Público tem um coparticipação do Estado, mas isso não significa que não tenhamos que pagar nada por isso. Saúde Pública, pagamos uma taxa moderadora, e o Estado coparticipa com o resto. Ensino Público, pagamos uma propina (mensalidade) muito inferior do que se fôssemos pagar em uma Instituição privada, mas pagamos, e o Estado entra com o resto. Até o serviço de Rádio e Televisão Portuguesa nos é cobrada uma taxa na conta de eletricidade. Ou seja, em Portugal, Público não é sinónimo de gratuito.
Explicadas as diferenças, qual sistema é melhor?
Na minha modesta opinião, o melhor sistema é aquele que funciona! Ou, na falta de um funcionamento de excelência, aquele que, pelo menos, funciona melhor!
Se não, vejamos:
- De quê adianta ser gratuito e não ter qualidade nenhuma?
- De quê adianta ser gratuito, se você não poder utilizá-lo porque não há médicos, não há remédios, não há nada?
- De quê adianta ser gratuito se você é obrigado a fazer um Plano de Saúde Privado (que também nem sempre é bom, mas normalmente é caríssimo), porque o Público não dá conta do recado?
Nesse caso, eu prefiro pagar a taxa moderadora (que normalmente é um valor irrisório, em comparação com um serviço privado), e ter o resto coparticipado pelo Estado; sabendo, entretanto, que será possível utilizar esse Serviço Nacional de Saúde.
Com todos os problemas que a crise trouxe para Portugal nos últimos anos, o que obviamente também afetou o Serviço Nacional de Saúde, numa simples comparação com o Serviço de Saúde Público no Brasil, posso, sem sombras de dúvidas, afirmar que ainda prefiro o português.
Moral da história:
Nem tudo que é Público tem que ser gratuito.
Se for Público, e eu tiver que pagar uma taxa moderadora (que ronda entre os 5 e 15 euros - dependendo se for uma consulta ou uma urgência), mas eu for atendida porque ainda há médicos e ainda há materiais para que os médicos possam continuar a fazer os seus trabalhos, não me importo em pagar!
Juliana Iorio
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