Este trabalho baseia-se na tese de mestrado “Jornais brasileiros e portugueses – análise comparada do processo de produção de notícias”, realizada em 2003/2004, que teve como principal objectivo perceber como acontece o processo de produção de notícias de dois jornais brasileiros (O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo), comparativamente aos jornais portugueses (Diário de Notícias e Público).
Os Media (Meios de Comunicação) têm sido estudados em contextos que procuram explicar, não só os seus conteúdos, mas também as suas relações com outras instituições sociais, e com a sua audiência (Williams, 2003). Estudar, portanto, a organização dos Media, é estudar o mais completo quadro dos “papéis” que estas representam, bem como a reprodução das suas ideologias.
Tudo começa quando os Media dão relevo a um acontecimento. Tipos diferentes de temas requerem quantidades e qualidades diferentes de coberturas jornalísticas, que têm o objectivo comum de atraírem a atenção do público-alvo. Chama-se esta, a fase da “Focalização”. Posteriormente, tal acontecimento deve ser interpretado através de um Framing ou “Enquadramento Noticioso” (ou seja, através da “imposição” de um quadro interpretativo fornecido pelos Meios de Comunicação). Ainda nesta fase, os Media também podem agregar outros acontecimentos, considerados menos importantes, mas que se desenrolam num processo de continuidade, devido à vivência do próprio jornalista. Finalmente, com base no material recebido, os Media irão escolher aquele que consideram ter o “peso” necessário para ser publicado. Portanto, pode-se dizer que, por um lado, os Media criam a “agenda” do que será lido pelo seu público, mas por outro lado, também constituem-se como os “porta-vozes” deste público.
Uma revisão à literatura clássica anglófona sobre este tema revelou que, a escolha das notícias se dá através do papel de “guardas”, chamados de “gatekeepers”, que controlam o “portão” de entrada das que devem ou não entrar no jornal. Os jornais possuem diversos tipos de gatekeepers, desde o repórter, que apesar de ter sido “obrigado” a fazer determinada notícia, tem a possibilidade de escolher quem irá entrevistar, e de que maneira irá “olhar” e abordar aquele tema; até ao editor que, por fim, irá seleccionar as notícias que serão publicadas. Porém, todo este processo está submetido à política organizacional do jornal e sofre influências de diversas instituições externas. Ou seja, tanto o repórter, quanto o editor, devem fazer suas escolhas baseando-se na linha editorial do órgão de comunicação para o qual trabalham, e levando em consideração as suas fontes de informação. Como resultado, nunca se poderá responsabilizar um só comunicador pelo produto final dos Media, mas todos aqueles que participaram neste processo.
Neste sentido, e a par da introdução das Tecnologias da Informação e da Comunicação que (já naquela época, e hoje ainda mais) têm trazido mudanças significativas na maneira como se faz jornalismo, penso que este estudo sempre poderá ser considerado uma mais-valia para a clarificação dos processos de produção jornalísticos.
Os Media (Meios de Comunicação) têm sido estudados em contextos que procuram explicar, não só os seus conteúdos, mas também as suas relações com outras instituições sociais, e com a sua audiência (Williams, 2003). Estudar, portanto, a organização dos Media, é estudar o mais completo quadro dos “papéis” que estas representam, bem como a reprodução das suas ideologias.
Tudo começa quando os Media dão relevo a um acontecimento. Tipos diferentes de temas requerem quantidades e qualidades diferentes de coberturas jornalísticas, que têm o objectivo comum de atraírem a atenção do público-alvo. Chama-se esta, a fase da “Focalização”. Posteriormente, tal acontecimento deve ser interpretado através de um Framing ou “Enquadramento Noticioso” (ou seja, através da “imposição” de um quadro interpretativo fornecido pelos Meios de Comunicação). Ainda nesta fase, os Media também podem agregar outros acontecimentos, considerados menos importantes, mas que se desenrolam num processo de continuidade, devido à vivência do próprio jornalista. Finalmente, com base no material recebido, os Media irão escolher aquele que consideram ter o “peso” necessário para ser publicado. Portanto, pode-se dizer que, por um lado, os Media criam a “agenda” do que será lido pelo seu público, mas por outro lado, também constituem-se como os “porta-vozes” deste público.
Uma revisão à literatura clássica anglófona sobre este tema revelou que, a escolha das notícias se dá através do papel de “guardas”, chamados de “gatekeepers”, que controlam o “portão” de entrada das que devem ou não entrar no jornal. Os jornais possuem diversos tipos de gatekeepers, desde o repórter, que apesar de ter sido “obrigado” a fazer determinada notícia, tem a possibilidade de escolher quem irá entrevistar, e de que maneira irá “olhar” e abordar aquele tema; até ao editor que, por fim, irá seleccionar as notícias que serão publicadas. Porém, todo este processo está submetido à política organizacional do jornal e sofre influências de diversas instituições externas. Ou seja, tanto o repórter, quanto o editor, devem fazer suas escolhas baseando-se na linha editorial do órgão de comunicação para o qual trabalham, e levando em consideração as suas fontes de informação. Como resultado, nunca se poderá responsabilizar um só comunicador pelo produto final dos Media, mas todos aqueles que participaram neste processo.
Neste sentido, e a par da introdução das Tecnologias da Informação e da Comunicação que (já naquela época, e hoje ainda mais) têm trazido mudanças significativas na maneira como se faz jornalismo, penso que este estudo sempre poderá ser considerado uma mais-valia para a clarificação dos processos de produção jornalísticos.
Juliana Chatti Iorio
Agosto de 2016
Este livro baseado na minha tese de mestrado "Jornais brasileiros e portugueses - análise comparada do processo de produção de notícias" já encontra-se à venda através do link: https://www.morebooks.de/…/jornais-b…/isbn/978-3-330-74149-2
Editora: Novas Edições Acadêmicas
Por (autor): Juliana Chatti Iorio
Número de páginas: 172
Publicado em: 2016-08-19
Stock: Disponível
Categoria: Ciências da Comunicação
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