Por exemplo:
1 - Agora, quem dispensou a faxineira, ou a faxineira se "Auto dispensou", vai ter que fazer a faxina. Logo, eu e meu marido teremos de estar em sintonia no dia em que formos fazer isso, pois eu continuo a trabalhar. Portanto, conciliar trabalho e faxina, no mesmo dia e hora, não será uma tarefa fácil.
2 - Agora, quem fazia ginástica fora de casa, terá de fazer dentro de casa (isso se quiser ter alguma mobilidade no fim desse confinamento). Mas já imaginou a implicação disso? Primeiro tem que ter um colchão para fazer ginástica (se não tiver o colchão e decidir comprar online, prepare-se para outra batalha: A entrega em casa). Segundo, tem que ter um espaço para fazer ginástica. Terceiro, este espaço não pode coincidir com o espaço que a outra pessoa, agora dentro de casa, também quer ocupar.
3 - Agora, tenho que fazer o meu almoço todos os dias. Mesmo porque, contar com os serviços "delivery" em Portugal, está a ser uma tarefa muito mais difícil do que eu imaginava. O facto é que, Portugal não estava preparada para este boom no "delivery" e, portanto, quanto menos precisarmos desse tipo de serviço, melhor!
Ainda assim, como determinados lugares continuam a oferecer serviço de entrega por Correio express, e uma vez que os correios em Portugal não cancelaram esse tipo de serviço, seria de esperar que poderíamos contar com ele, certo? Não. Errado. Contar com serviço de entrega do correio express atualmente é correr o risco do carteiro nem tocar a campainha, e simplesmente deixar o aviso para levantar a encomenda na agência dos CTT. Isso aconteceu comigo e, como tal, achei que devia fazer uma reclamação na página do Facebook do CTT. Meu Deus, vocês não imaginam a quantidade de pessoas que se manifestaram "raivosamente" contra mim, por eu ter cometido o "crime" de, nessa altura, encomendar algo para ser entregue através dos correios! Pessoas que não me conheciam de lado nenhum vieram com discursos do tipo: "carteiro também é gente", que eu "devia ser menos egoísta e pensar no carteiro" (como se eu estivesse obrigando o carteiro a trabalhar) e outras, que devem ter pacto com alguma "força oculta", até chegaram a dizer que o que eu havia encomendado não era um bem de primeira necessidade e que eu devia era parar de fazer encomendas supérfluas! Foi tão surreal que eu tive que apagar o post do Facebook! Eu não sei se é porque as pessoas não têm o que fazer, se andam mais irritadas, ou se gostam mesmo de dar palpite e julgar os outros sem os conhecerem, mas o facto é que, nesse momento, fazer juízo de valor do outro parece ser a ocupação preferida dos desocupados!
E não me venha com essa de que as pessoas estão mais deprimidas, porque quem tem depressão procura ajuda. Sim, Síndrome do Pânico, Depressão e etc, são todas doenças passíveis de se manifestarem nesse momento, mas todas têm tratamento e remédio. Todos estamos vivendo um turbilhão de emoções (medos, incertezas, tédios, frustrações), a diferença está entre os que têm lidado com isso de uma forma mais positiva (tá certo que, destes, muitos já devem estar medicados! Hahaha!), e aqueles que não estão a conseguir gerir essas emoções. O problema é que, destes últimos, poucos são os que procuram ajuda especializada (e isso não é de hoje) e muitos (cada vez mais) preferem utilizar as redes sociais como "divã" para descarregarem essas emoções.
Por isso, uma vez mais reitero a importância de:
1 - Ter uma rotina (se já a tiver mas não estiver conseguindo mantê-la devido as atuais contingencias, reinvente-a!);
2 - Não julgue os outros. Cada um sabe de sí e Deus nosso senhor sabe de todos (sim, eu acredito em Deus)!
3 - E procure ajuda especializada sempre! As redes sociais não são essa ajuda, e muito menos especializada!
Mas mantenha a sua mente sã! |
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