No passado dia 08 de Junho, relizou-se no Palácio Foz, a entrega de Prémio "Jornalismo pela Tolerância" e o Seminário "Media e Imigração" que procurou relembrar o "Arrastão" em Portugal criado pela media em 10 de Junho de 2005. Os representantes dos imigrantes presentes, disseram que a imprensa portuguesa deve um "pedido de desculpas" pelo o que fez neste caso.
O Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Rui Marques, exaltou a liberdade de imprensa, mas chamou à responsabilidade, os jornalistas e as empresas de comunicação. Disse também que o público é responsável por aquilo que é divulgado, pois é parte activa do sistema mediatico. Assim, Rui Marques, "pediu desculpas" em nome do Governo Português, pela cobertura sobre o que aconteceu na praia de Carcavelos, em Junho de 2005, facto que, até hoje, não se sabe ao certo o que foi. "É fundamental reconhecermos os danos e prejuízos causados e contruir uma consciência cívica para sermos mais selectivos com a media", enfatizou.
Neste Seminário, falou-se que o público português associa a imigração com a violência, sendo que, a comunidade africana acaba por ser a mais prejudicada. A comunidade brasileira normalmente está associada com a prostituição e a comunidade de leste ao crime organizado. E isto deve-se a imagem que, muitas vezes, a media fornece sobre essas comunidades. Também lembou-se da comunidade islâmica que quase sempre está associada ao terrorismo.
A Professora Isabel Ferin, que trabalha a questão da imigração em Portugal desde 1992, também esteve presente e disse que em 92 não havia no País a percepção sobre "o outro" pois este estava fora do País, Portugal era um País de emigração e não de imigração.
Hoje, a media tem condições de tratar desses assuntos com maior competência, pois pode diversificar mais as suas fontes. Além disso, nunca deve esquecer a ligação que as "migrações" têm tido com o desenvolvimento de Portugal.
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