Estreou ontem, dia 10 de Maio, mais um espectáculo do Quorum Ballet Companhia de Dança e... uma vez mais, foi MUITO BOM!
Se você não é português (e mais especificamente da Amadora), pode nunca ter ouvido falar deles, apesar de existirem desde 2005 e já terem apresentado 690 espectáculos, em 18 países diferentes! (mas se você ainda não ouviu falar deles saiba que o problema não está, certamente, na qualidade dos espectáculos, mas sim na comunicação e divulgação dos mesmos. Só que não irei me alongar sobre isso porque, afinal, este não é o objetivo deste post!)
Eu já tinha tido o privilégio de assistir o maravilhoso "Saudade - Back to Fado" e agora tive a oportunidade de ir à estreia de "IMPULSO". Sob a direção artística do coreógrafo e bailarino Daniel Cardoso, uma vez mais o Quorum Ballet mostrou que, para além da qualidade dos seus bailarinos - ainda que fosse notório o nervosismo e alguma falta de confiança normais em uma estreia (mas nada que com mais ensaios não se possa ajustar), o sucesso dos seus espectáculos está na CRIATIVIDADE com que usa elementos, que apesar de não serem inéditos em espectáculos de dança, são inéditos na maneira como esta companhia os utiliza.
Em "Back to Fado" a água foi o elemento presente e, desta vez, foi a LUZ! E aqui não estou falando da iluminação de palco, mas de 30 lâmpadas que, para além de comporem o cenário desse espectáculo, foram elementos essenciais, e participaram ativamente, das coreografias que ali foram criadas.
Em "Back to Fado" a água foi o elemento presente e, desta vez, foi a LUZ! E aqui não estou falando da iluminação de palco, mas de 30 lâmpadas que, para além de comporem o cenário desse espectáculo, foram elementos essenciais, e participaram ativamente, das coreografias que ali foram criadas.
Quem me conhece sabe que fiz ballet clássico e depois me apaixonei pelo Flamenco. Ou seja, a dança contemporânea nunca foi uma paixão para mim porque sempre a considerei "pobre"... composta por um excesso de repetição de movimentos que, por vezes, tornam os espectáculos cansativos. Por isso mesmo, o bailarino contemporâneo acaba por se destacar muito mais pela interpretação que dá às coreografias do que propriamente pela técnica (muito mais exigente na formação clássica). Portanto, o que me conquistou no Quorum Ballet foi, em primeiro lugar, a maneira com a qual os seus bailarinos interpretam as coreografias.
Em "IMPULSO" mais uma vez eles foram capazes de interpretar sentimentos, emoções… algo que "pulsasse" rápido (como um coração que bate por amor) ou devagar (como um coração que quase para de bater por causa de uma dor). Isso acompanhado por 30 lâmpadas que desciam do teto sobre o palco, acendendo e apagando ao ritmo de cada música, fez com que os diferentes tipos de impulsos, as diferentes formas de pulsar, fossem interpretadas não só com a dança dos corpos, mas também com a dança das luzes. Tratou-se, portanto, não só de um espetáculo de dança, mas de técnica e criatividade. E aí estão os outros elementos que fizeram com que eu me rendesse à beleza dos espectáculos do Quorum Ballet. A combinação da dança com elementos como a água ou a luz, por exemplo, faz com que tenhamos mais do que um espectáculo de dança, uma verdadeira instalação artística!
Mais informações sobre o espectáculo IMPULSO em: https://quorumballet.com/en/events/impulso/
Saiba mais sobre o Quorum Ballet neste vídeo do programa televisivo "Feitos em Portugal" da RTP2
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