quarta-feira, março 30, 2022

Encerrando um capítulo

Eu nasci em Campinas, vivi 24 anos da minha vida nessa cidade, 1 ano em Belo Horizonte, e os ultimos 22 anos em Portugal (Castelo Branco, Lisboa e Amadora). Hoje, estou encaixotando o que, desses 47 anos de vida, ainda estavam em Campinas, uma vez que os meus pais não vão mais morar aqui. É muito estranho saber que já não terei a casa dos meus pais em Campinas, quando vier aqui... Mas, mais estranho ainda, é perceber o quanto eu fiz em 47 anos de vida, o quanto eu acumulei, o quanto eu guardei, sendo que sempre tive a sensação de que não fazia nada, ou fazia muito pouco... Desde a faculdade, sempre tive o hábito de guardar o que publicava. Desde a revista da própria faculdade, até as minhas primeiras experiências profissionais, no jornal "O Arroto", de Itapira 😂; "A Voz", de Sumaré, até todos os exemplares dos anos que trabalhei no jornal Integração, de Barão Geraldo. No meio do caminho, fui correspondente do "Jornal 4 esquinas", que na época existia em Viseu (Portugal), da revista "Mundo Brasil ", que na época existia em Itália, até que emigrei para Portugal (Castelo Branco), onde trabalhei no Jornal "O Povo da Beira". Esse jornal me deu o primeiro contato com a língua portuguesa, norma-padrão europeia. Assim, após um período escrevendo "Breves", para me habituar às variações linguísticas, comecei a escrever notícias e reportagens sobre todos os assuntos relacionados com o Distrito de Castelo Branco. Isto fez com que eu me familiarizasse não só com a vida política, económica e social desse pedacinho de Portugal, como me deu a oportunidade de conhecer parte da cultura portuguesa, que até então eu não conhecia. Foi lá que fui à um concerto do finado pianista Bernardo Sasseti, foi lá que conheci a pianista Maria João Pires, o poeta Valter Hugo Mãe, e assisti à um concerto em homenagem à Zeca Afonso.
Mas Portugal me deu, também, a oportunidade de fazer um mestrado em Comunicação e Indústrias Culturais, de ser convidada pelo professor Rogério Santos para escrever na Revista Media XXI, de conhecer o colega de mestrado Rui Marques, antigo Alto Comissário para as Migrações (ACM), e de trabalhar para a equipa de comunicação do Programa Escolhas, um programa do ACM, e para o Programa Nós, um programa de TV do ACM, transmitido pela RTP2. Esses programas me deram a possibilidade de adquirir a minha carteira profissional de jornalista em Portugal e de começar a desenvolver trabalhos como freelancer no Brasil e em Portugal. E foi assim, como freelancer, que trabalhei para o Portal UOL, que me associei à Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal, que passei a escrever artigos de opinião para o Jornal Diário de Notícias, que colaborei com a Revista Persona Mulher e com o Portal G1. Hoje, joguei muita coisa fora... Mas não podia deixar tudo ir para o lixo sem assinalar o quão importante foram todas essas experiências para mim. Afinal, não foram tão poucas assim...


Juliana Chatti Iorio
30 de Março de 2022

Sem comentários: